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BioModelos já são realidade e fazem parte da rotina de grandes hospitais pelo mundo

Se os BioModelos – réplicas de órgãos, ossos, tumores e outras partes do corpo, moldadas especificamente para cada paciente a fim de ajudar médicos e cirurgiões em procedimentos – parecem um tipo de invenção do futuro, é importante sinalizar que seu uso já é rotineiro em algumas instituições ao redor do globo. Assim, já pode se dizer que têm transformado a história da Medicina e ajudado a salvar vidas todos os dias.

É o que tem se observado, por exemplo, no Boston Children’s Hospital, nos Estados Unidos. Ali, há um centro de impressão 3D que produz os BioModelos para esta e outras instituições, assim como um programa de simulação. O projeto é liderado pelo médico Peter Weinstock, que apresentou um TED sobre o assunto (acesse aqui). Hoje, diante de cirurgias delicadas e casos de má formação, os especialistas do hospital imprimem BioModelos dos pacientes e podem treinar o procedimento nas réplicas.


Réplica de crânio utilizada no Boston Children’s Hospital (Reprodução: Vector – Boston Children’s Hospital’s Science and Clinical Innovation Blog) http://vector.childrenshospital.org/2014/03/3d-printing-puts-patients-in-surgeons-hands-literally

Com os modelos em mãos, os médicos também podem compreender melhor o caso dos pacientes e planejar procedimentos. E, como a impressão 3D pode ser realizada dentro do próprio hospital, trata-se de um processo ágil, que tem se mostrado essencial nos casos graves e raros que chegam por ali: “Com a impressão 3D estamos dando um passo que permite que médicos experientes possam simular procedimentos na anatomia específica de seus pacientes, o que possibilita que os melhores dos melhores [médicos] se aprimorem ainda mais”, explica Weinstock.

Uma instituição que também tem se beneficiado dos BioModelos é a Mayo Clinic, que tem unidades em pontos diferentes dos Estados Unidos. Um dos primeiros experimentos por ali aconteceu em 2016, quando um paciente apresentava um tumor raro e bem invasivo, que havia crescido em seu peito, entre as costelas e os pulmões. Com o BioModelo, foi possível entender exatamente a localização do tumor e retirá-lo de modo a preservar ao máximo a cavidade torácica da pessoa. Sobre a experiência, o cirurgião Mark Allen diz: “Quando você tem um BioModelo, pode segurá-lo e girá-lo. Ele mostra as ligações e localizações. Com uma precisão milimétrica, você vê o mesmo que vai encontrar internamente no paciente”.


Equipe da Mayo Clinic analisa BioModelo (Reprodução: Mayo Clinic)https://sharing.mayoclinic.org/2017/04/05/3d-printing-paves-the-way-for-precision-surgeries/

Recentemente, outra instituição que anunciou o uso dos BioModelos em 3D foi a SSM Health Cardinal Glennon Children’s Hospital, também nos Estados Unidos. Em parceria com a empresa de tecnologia Stratasys, o hospital lançou um Centro de Excelência, para acelerar a inovação e utilizar a tecnologia 3D para especialidades como neurocirurgia, ortopedia, tratamento cardíaco, entre outras.

Alexander Lin, cirurgião plástico da instituição, afirmou no lançamento do centro (http://investors.stratasys.com/news-releases/news-release-details/ssm-health-cardinal-glennon-childrens-hospital-and-stratasys) que os BioModelos aumentam a confiança dos profissionais na sala de cirurgia e geram procedimentos mais eficientes e rápidos. Lin também contou sobre uma experiência recente, uma reconstrução craniana que contou com o apoio de um BioModelo com a má formação exata do paciente, o que permitiu um planejamento completo de como o osso seria moldado. “No passado, isso só podia ser estimado, o que poderia levar a um maior risco de perda cerebral e sanguínea, além de uma reconstrução menos precisa”, disse.

São experiências inspiradoras, que mostram que os BioModelos já são uma realidade, e vieram para facilitar o trabalho dos médicos, modernizar o ensino e proporcionar um tratamento mais preciso e seguro para os pacientes. É um ganho para todos os envolvidos.

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